quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

INICIAÇÃO AOS MISTÉRIOS DA VIDA:

Acho que toda criança tem medo do escuro, eu tinha muito medo de duas coisas do escuro e de altura, de altura por incrível que pareça resolveu-se praticamente sozinho após um sonho de uma noite inteira em que eu me via caindo de um edifício numa queda sem fim, toda vez que eu imaginava que tinha acabado , começava a cair novamente, e quando acordei todo suado, tinha perdido o meu pânico de altura, do escuro demorou um pouco mais, pois toda noite quando eu apagava as luzes eu via dois grandes olhos negros que pareciam de um lobo me olhando fixamente, muitas noites dormi suando de medo de colocar o pescoço para fora da coberta, e eu falava para mim mesmo, você é um homem ou um rato, enfim que resolvi colocar minhas garras de fora e encarar aqueles olhos, fiquei olhando para eles durante 3 noites seguidas até cair no sono, quando o medo enfim passou eles foram embora, e me deixaram uma lição que carreguei para toda vida, a de que não adianta fugir dos seus medos, temos que enfrentá-los , desafiá-los e encararmos olhando em seus olhos, pois esta é a verdadeira razão do medo existir em nossas vidas, nos desafiar, para que você tenha a oportunidade de crescer, amadureçer e se tornar a cada dia mais forte, não fuja do medo enfrente-o.  .

Quando criança eu escutava muitas histórias e lendas do meu avô e achava fantástico, e aquilo era a melhor coisa do mundo até inventarem o video game , lembro como se fosse hoje meu primeiro jogo "PacMan", alguém lembra dele? Mas voltando as histórias, meu vô sempre falava na lenda do Saci Pererê, que segundo ele andava pelos campos fazendo toda sorte de mal criações, e espantando o gado, e contou também que se jogasse sobre o redemoinho de vento uma peneira com uma cruz pintada ele ficava preso e podia-se colocá-lo numa garrafa e conversar com ele, e eu perdi as contas de quantos redemoinhos corri atrás depois disso, mas não preciso dizer que não peguei nenhum Saci , hoje eu sempre penso que muitas coisas na minha vida foram Sacis pois eu corria atrás do vento, sonhos e trabalhos vãos que nunca tornaram-se realidade, mas isso tudo dava asas as minhas imaginações, e posso dizer que foram momentos felizes, pois a felicidade como já diria o poeta  "não é o destino, mas a viajem em si." 


Onde eu morei existiam muitas pedras coloridas no chão de quase todas as cores, azuis, verdes, amarelas, vermelhas, meu vô falava que eram pedaços de estrelas que caiam, então eu costumava a passar horas deitado na varanda ou até mesmo na grama em frente a casa olhando para o céu estrelado, e esperando alguma cair na frente da nossa casa. Ví inúmeras estrelas cadentes quando criança, pois a gente morava no sítio e em noite de lua nova o céu parecia uma lagoa de águas calmas salpicada de luzes, mas posso dizer que nenhuma estrela cadente caiu na frente da nossa casa, porém de tanto olhar para o céu, começei a entendê-lo melhor, reconheçer as três marias, o cruzeiro do sul, vez ou outra passavam alguns aviões naquela rota e era sempre uma emoção, mas um belo dia via algo inexplicável, uma luz brilhante como uma estrela porém fazendo manobras no espaço, manobras estas que pela distância eram impossíveis de se fazer com um avião, ou qualquer outra nave terrestre, foi então que aquilo despertou minha curiosidade, e nos anos que se seguiram eu olhei toda noite para o céu, buscando novamente ver aquilo que tinha visto, e então aconteceu novamente, eu olhava e queria ter certeza de que aquilo realmente estava acontecendo,  sim,  éra um ovni , e desta vez não estava sozinho , mas estava acompanhado com mais 3 objetos luminosos, que cruzavam o céu numa velocidade estonteante junto as estrelas, sumiam e reapareciam e outro lugar. Para minha alegria esta não foi a única vez que ví uma coisa estranha, aliás foi apenas um dos primeiros contato com as luzes , e eu tinha uns 10 anos de idade. 

No ano seguinte eu fui pescar com meu vô no grande alagado do rio Iguaçu, no início ele não queria me levar pois eles ficariam sete dias fora, mas depois ele lembrou que precisava de alguém para ajudar a limpar peixe, e acabei indo, dormíamos embaixo de uma lona preta na barranca do rio, um lugar lindo maravilhoso, onde o rio formava uma imensa lagoa , com toda sua calma e mistério , onde a noite só se ouviam os animais da florestas, grilos e rãs, de uma margem à outra o rio tinha quase 1 kilômetro , imenso e lindo. Numa bela e quente noite logo após o jantar, um professor meu que tinha ido pescar com a gente me chamou na barranca do rio, o que ele me perguntou eu lembro como se fosse hoje: "você acredita em boitatá?"  se referindo a mitologia indígena tupi-guarani da imensa cobra de fogo,  Eu respondi: "Claro que não, porque?" Foi então que ele me mostrou do outro lado do rio uma luz enorme e brilhante passeando por dentro da mata nativa, fiquei intrigado, mas a princípio achei que pudesse ser algum caçador caminhando no meio da mata, depois me dei conta que seria impossível um caçador ter uma lanterna tão brilhante que pudesse ser visto de tão longe, e também seria impossível alguém caminhar na mata fechada naquela velocidade, ou seja mais um mistério para minha coleção, depois de ficar alguns minutos olhando para a luz, ela sumiu, desapareceu. Dormi sonhando com aquilo e no outro dia fiquei mais pensativo ainda olhando para o outro lado do rio e vendo que só mata fechada tinha ali. O que éra? O que procurava? De onde veio? Meu vô já veio com outra teoria, disse ele: "É a mãe do ouro, um espírito que guardava os potes de ouro enterrados", ou como ele dizia, "Os guardados". Guardei aquilo comigo, mas eu estava cada vez mais convencido como diria William Shakespeare, de que no mundo existem "muito mais mistérios que a nossa vã filosofia consegue imaginar".

Anos mais tarde quando eu completei 12 anos, um gaúcho , "professor Jorge" chegou a nossa cidade e anunciava no colégio estadual onde eu estudava, um curso de parapsicologia de apenas 1 dia, a esta altura eu que já estava completamente envolvido pelos mistérios da vida ,quis logo ser o primeiro a me inscrever e fazer o curso, acho que eu era a única criança lá, porém nem tão criança pois foi nesta mesma época que passei a trabalhar e a estudar a noite, eu estava me achando adulto e independente. Bom finalmente o tão esperado dia chegou, e eu estava animado, o professor Jorge explicou sobre os poderes mentais do ser humano, sobre nossa capacidade de ver além projetando o nosso espírito, falou da hipnose e de muitas coisas que eu nunca tinha ouvido falar, mas que já sentia intuitivamente dentro de mim, pois desde criança eu sempre queria de alguma forma desenvolver o poder mental, muitas vezes eu ficava horas tentando me comunicar com as formigas tentando adivinhar para que lado elas iriam caminhar, sem resultados pode-se dizer, mas se tem uma coisa que sempre fui é teimoso . Bom após toda parte teórica do curso o professor pediu voluntários e é logico que eu fui o primeiro a levantar a mão pois estava na primeira fila, ele escolheu então  5 pessoas incluindo eu, para a seguinte missão : Depois de uma curta sessão de relaxamento, visitar mentalmente a casa de outra pessoa escolhida aleatoriamente da plateia do curso e descrever para o público os detalhes, bom lembro que neste teste eu me dei bem e consegui descrever muitas coisas, algumas das outras 4 pessoas que estavam comigo não conseguiram ver nada, estavam bloqueadas, mas uma outra conseguiu também descrever muita coisa. 
Passamos então para o segundo teste , "a hipnose", o professor iria tentar a regressão de idade mental, eu não consegui ser hipnotizado e tive ogo que sentar, mas minha professora que estava na turma de voluntários, conseguiu voltar até o útero da mãe novamente e ela lembrava-se de que o pai fingia olhar para ela pelo buraco do umbigo da mãe , foi uma das coisas mais emocionantes e ao mesmo tempo mais chocantes que eu já tinha visto, enfím que o curso acabou, e minha curiosidade só se aguçava ainda mais, parecia que o mundo daquilo que eu havia aprendido até então, tinha se expandido de uma caixa quadrada para a vastidão circular do universo.

Foi então que usando algumas técnicas de meditação que tinha aprendido no curso comecei a mentalizar para ver outros lugares que eu queria, conversar com pessoas a distância , e o principal, mover objetos com a mente.  
Sim tentei muito isso, primeiro comecei com coisas grandes, eu era ambicioso, queria mexer uma vassoura , uma xícara, mas logo percebi que não daria certo, então pensei comigo: "deve ser como na academia, começa treinando devagar e depois vai aumentando o peso" Foi então que ao deitar olhei para o teto e ví uma pequena teia de aranha ao lado da lampada, e me fixei nela, olhava todo dia mentalizando para ela mexer, noites e noites e nada, passaram se meses, talvez anos, e eu nunca desisti, e num belo dia eu mudei algo na minha forma de mentalizar não sei exatamente oque , mas foi como se eu tivesse encontrado a frequência que aquela teia vibrava comigo, e então ela começou a mexer, eu fiquei arrepiado, no começo pensei que poderia ser o vento, e busquei outras alternativas para desdenhar do meu próprio sucesso, mas as janelas estavam fechadas, e no tempo todo que passei a buscar isso, foi a primeira vez que tinha acontecido, então quando consegui repetir a experiência nos dias que se seguiram foi fantástico, pois realmente tinha dado certo, eu conseguia mexer a teia de aranha com o poder da mente, isto mudou tudo para mim novamente, e comecei a pensar, qual é o limite deste nosso poder, mental o que é a verdadeira realidade humana? Se eu poderia mexer uma simples fina teia de aranha, e ver objetos e pessoas a distância que outras coisas mais o cérebro poderia fazer? Este foi o início do despertar para algo grandioso, o sentido de que Deus não nos criou para sermos pequenos e limitados, mas que sim nos deu uma capacidade infinita para ampliarmos nossos horizontes para muito além, onde tudo o que pensamos conta, tudo o que o nosso cérebro busca com atitude e perfeição ele consegue. Um mundo onde nada é impossível, como dizia cristo até mesmo mover montanhas.    

No próximo tópico vou falar sobre minha despedida da casa de meus avós e minha jornada em uma nova terra de mistérios e enigmas, o Mato grosso.

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